domingo, 21 de abril de 2013

TERAPIA GÊNICA



UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS - UNEAL
GRADUANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

 Edna Belarmino de Melo 
 Rosiane

Genética - Profª Luciana Tenner

TERAPIA GÊNICA
TRANSGÊNICOS

Consideramos transgênico qualquer organismo que receba um gene estranho, de uma maneira que não ocorreria naturalmente, tendo em vista uma dessas três finalidades: estudar a ação do tal gene, obter versões melhoradas do organismo ou produzir substâncias químicas em “biorreatores” (ou seja, fábricas vivas).
Na verdade, os seres humanos se interessam pela modificação do organismo há tempos. Antes da pesquisa de Mendel, agricultores, pecuaristas, criadores de animais e mesmo jardineiros de várias partes do mundo buscavam modos de tornar melhores os seus produtos: obter animais ou plantas mais bonitos, resistentes, nutritivos, etc. Essa transgenia tradicional é feita por meio de cruzamento de espécimes com as características desejadas e a seleção dos melhores membros da prole para perpetuação da raça. O problema desse método é que ele é bastante impreciso, pois uma verdadeira multidão de genes é trocada ao mesmo tempo; portanto, diversas características são manifestadas em conjunto com a que se busca promover. É quase um tiro no escuro. Mas funciona, afinal, pois já comemos, e provavelmente vamos continuar comendo alimentos transgênicos desse tipo. Como uvas e laranjas “sem sementes”, por exemplo (você já pensou como é que elas se reproduzem?). Na verdade, as uvas comerciais “sem caroço” tem uma semente traço, pouco desenvolvida e macia, imperceptível ao consumidor.

OS GENES DOENTES E OS SAUDÁVEIS

O DNA humano contém genes suficientes para a construção de 50 a 100 mil proteínas. Porém, se um desses genes for modificado e, portanto, carregar informação defeituosa, ele instruirá a fabricação de uma proteína defeituosa, que não vai funcionar como deveria. Muitas vezes esse é o problema que está na raiz de uma série de doenças---como a hipertensão, a doença de Lou Gehrig (esclerose lateral amiotrófica), a obesidade, a esquizofrenia e o mal de Alzheimer---, as quais se tornaram o centro de intensas pesquisas.
Os animais transgênicos podem ser uma ferramenta poderosa na elucidação das origens e do tratamento dessas enfermidades. Como, hoje em dia, já se conhecem os genes responsáveis por grande parte dessas doenças, muitas vezes os cientistas incorporam tais genes em animais, que se tornam transgênicos para essa doença. O animal de escolha é quase sempre o camundongo, porque é pequeno, fácil de manipular e se reproduz com facilidade. Mas também são usados porcos coelhos e ratos nos estudos. Esses animais transgênicos apresentam os mesmos sintomas que um ser humano doente, permitindo aos cientistas acompanhar passo a passo a origem da doença e projetar métodos mais eficazes para combatê-la.
Não são apenas as doenças de fundo genético que podem ser estudadas por esse método. Doenças adquiridas também são. O que os cientistas já fazem é produzir animais que apresentem sintomas de doença---como AIDS, hepatite, diabetes, alguns tipos de câncer, etc.---, de forma a poder estudar com mais segurança os tratamentos a serem indicados aos pacientes afetados por elas.
Nessas pesquisas, sempre é necessário cautela a ajustar para o tratamento de pessoas os resultados obtidos em certos animais. De fato, embora o gene da doença e/ou os sintomas dela sejam humanos, o animal de estudo não é humano, o que significa que determinado animal doente pode apresentar reações que uma pessoa doente não apresentaria e vice-versa.

GENES PROTETORES

Com as ferramentas da biotecnologia, pode-se direcionar com maior eficiência a produção de organismos incrementados, e chegar inclusive a feitos inimagináveis pelo mais delirante agricultor de outrora, que dispunha apenas do método tradicional de cruzamento. Essa história começou em 1994, no mercado norte-americano, quando se vendeu o tomate Flavor Savor, geneticamente alterado para ter o gosto certo sem necessidade do amadurecimento completo.
http://www.mnn.com/green-tech/research-innovations/photos/12-bizarre-examples-of-genetic-engineering/flavr-savr-tomato

Hoje em dia, as principais modificações genéticas efetuadas em grãos são:
·               Plantas resistentes ao glifosato---É o caso específico da soja transgênica. O glifosato é o herbicida de escolha para o tratamento de lavouras de soja, e as formas transgênicas dessas lavouras toleram melhor esse agrotóxico.
·               Plantas “Bt”---Linhagens de milho, algodão ou batata recebem o gene da bactéria Bacillus thuringiensis (daí o nome Bt), responsável pela produção de uma toxina que destrói o sistema digestivo de alguns insetos sem causar danos aos seres humanos. Nesse caso, a planta produz o seu próprio agrotóxico.

GENES QUE CURAM

Uma outra possibilidade é usar animais transgênicos a fim de produzir industrialmente proteínas para seres humanos. A obtensão de alguns preciosos medicamentos normalmente é muito complicada. Por exemplo, o hormônio de crescimento humano (usado em tratamentos de fortalecimento de muscular) é tradicionalmente obtido a partir de cadáveres, e a insulina para o tratamento de diabetes vem de porcos abatidos. Nesse último caso, ainda há um problema adicional: pelo menos 5% dos diabéticos são alérgicos à insulina, o que complica ainda mais o seu tratamento.
 Com a melhoria das técnicas de manipulação do DNA, por volta da década de 1970 tornou-se possível incorporar genes de interesse (por exemplo, os responsáveis pela produção de hormônios de crescimento humano e de insulina) em animais domésticos, como vacas, cabras e ovelhas, fazendo com que estes produzissem a droga juntamente com o seu leite (é mais fácil manipular o leite do que os outros produtos do animal).com o gene desejado, o retalho de DNA recebe também uma sequencia “sinalizadora”, capaz de direcionar a produção da proteína apenas para as glândulas mamarias. Observe que, segundo essa estratégia, as proteínas obtidas são as proteínas humanas, não as dos animais que incorporam o gene humano em seu próprio genoma. Para muitos diabéticos, que desde 1982 podem  se beneficiar da insulina produzida por bactérias transgênicas, essa técnica representou o fim dos problemas de alergia.

A TERAPIA GÊNICA

Por terapia gênica se entende a transferência de material genético com o propósito de prevenir ou curar uma enfermidade qualquer Existem cerca de 4 mil doenças de fundo genético conhecidas, embora apenas algumas delas possam ser combatidas mediante administração de medicamentos. Um exemplo disso é o diabetes, que pode ser combatido com insulina.
Como mencionamos anteriormente, o que caracteriza as doenças de fundo genético é a produção ausente ou ineficiente de proteínas essenciais para a manutenção da vida.muitas dessas proteínas não podem ser administradas aos pacientes, pois são instáveis ou simplesmente não conseguem atingir o seu local de ação no corpo.
A inserção de transgenes no genoma de um organismo também pode ser útil à medicina. Chama-se terapia gênica o tratamento de doenças hereditárias pela introdução no organismo de cópias funcionais de um gene defeituoso da pessoa.
Esse novo campo de ação médica iniciou-se oficialmente no dia 14 de setembro de 1990, nos Estados Unidos.

TIPOS DE TERAPIA GÊNICA

Existem dois tipos de terapia gênica:
·               A terapia gênica somática, a terapia gênica somática só é utilizada para tratar doenças genéticas recessivas em células de diferentes tecidos não relacionados a produção de gametas. A sua característica básica é a de provocar uma alteração no DNA do portador da patologia, através da utilização de um vetor, que pode ser um retrovírus ou um adenovírus. Os problemas operacionais desta técnica são: o tempo de vida da célula hospedeira; a baixa expressão do gene; o controle da expressão gênica; a dificuldade de atingir o tecido-alvo e o seu potencial oncogênico. Esse tratamento tem por objetivo a correção das células corporais (somáticas) do paciente.
·               A terapia gênica germinativa, em que as células alvo são os gametas (espermatozoides e óvulo), tem como objetivo a remoção de um gene defeituoso das células germinais do paciente. A terapia gênica germinativa baseia-se na alteração de células reprodutivas (óvulos, espermatozóides ou células precursoras). Além das questões éticas, esta terapia apresenta inúmeros problemas operacionais: alta taxa de mortalidade; desenvolvimento de tumores e malformações; alteração de embriões potencialmente normais e a irreversibilidade das ações.
A diferença entre ambas é o seu alcance: a terapia gênica somática procura resolver os problemas do indivíduo, enquanto a terapia germinal busca solucionar o problema para toda a raça humana.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Espósito, Breno Pania. Dna e Engenharia Genética. São Paulo: Atual , 2005. ---(Projeto ciências).

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