GRADUANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Edna
Belarmino de Melo
Rosiane
Genética - Profª Luciana Tenner
TERAPIA
GÊNICA
TRANSGÊNICOS
Consideramos transgênico qualquer organismo que
receba um gene estranho, de uma maneira que não ocorreria naturalmente, tendo
em vista uma dessas três finalidades: estudar a ação do tal gene, obter versões
melhoradas do organismo ou produzir substâncias químicas em “biorreatores” (ou
seja, fábricas vivas).
Na verdade, os seres humanos se interessam
pela modificação do organismo há tempos. Antes da pesquisa de Mendel,
agricultores, pecuaristas, criadores de animais e mesmo jardineiros de várias
partes do mundo buscavam modos de tornar melhores os seus produtos: obter
animais ou plantas mais bonitos, resistentes, nutritivos, etc. Essa transgenia
tradicional é feita por meio de cruzamento de espécimes com as características
desejadas e a seleção dos melhores membros da prole para perpetuação da raça. O
problema desse método é que ele é bastante impreciso, pois uma verdadeira
multidão de genes é trocada ao mesmo tempo; portanto, diversas características
são manifestadas em conjunto com a que se busca promover. É quase um tiro no
escuro. Mas funciona, afinal, pois já comemos, e provavelmente vamos continuar
comendo alimentos transgênicos desse tipo. Como uvas e laranjas “sem sementes”,
por exemplo (você já pensou como é que elas se reproduzem?). Na verdade, as
uvas comerciais “sem caroço” tem uma semente traço, pouco desenvolvida e macia,
imperceptível ao consumidor.
OS
GENES DOENTES E OS SAUDÁVEIS
O DNA humano contém genes suficientes para a
construção de 50 a 100 mil proteínas. Porém, se um desses genes for modificado
e, portanto, carregar informação defeituosa, ele instruirá a fabricação de uma
proteína defeituosa, que não vai funcionar como deveria. Muitas vezes esse é o
problema que está na raiz de uma série de doenças---como a hipertensão, a
doença de Lou Gehrig (esclerose lateral amiotrófica), a obesidade, a
esquizofrenia e o mal de Alzheimer---, as quais se tornaram o centro de
intensas pesquisas.
Os animais transgênicos podem ser uma
ferramenta poderosa na elucidação das origens e do tratamento dessas enfermidades.
Como, hoje em dia, já se conhecem os genes responsáveis por grande parte dessas
doenças, muitas vezes os cientistas incorporam tais genes em animais, que se
tornam transgênicos para essa doença. O animal de escolha é quase sempre o
camundongo, porque é pequeno, fácil de manipular e se reproduz com facilidade.
Mas também são usados porcos coelhos e ratos nos estudos. Esses animais
transgênicos apresentam os mesmos sintomas que um ser humano doente, permitindo
aos cientistas acompanhar passo a passo a origem da doença e projetar métodos
mais eficazes para combatê-la.
Não são apenas as doenças de fundo genético
que podem ser estudadas por esse método. Doenças adquiridas também são. O que
os cientistas já fazem é produzir animais que apresentem sintomas de
doença---como AIDS, hepatite, diabetes, alguns tipos de câncer, etc.---, de
forma a poder estudar com mais segurança os tratamentos a serem indicados aos
pacientes afetados por elas.
Nessas pesquisas, sempre é necessário cautela
a ajustar para o tratamento de pessoas os resultados obtidos em certos animais.
De fato, embora o gene da doença e/ou os sintomas dela sejam humanos, o animal
de estudo não é humano, o que significa que determinado animal doente pode
apresentar reações que uma pessoa doente não apresentaria e vice-versa.
GENES
PROTETORES
Com as ferramentas da biotecnologia, pode-se
direcionar com maior eficiência a produção de organismos incrementados, e
chegar inclusive a feitos inimagináveis pelo mais delirante agricultor de
outrora, que dispunha apenas do método tradicional de cruzamento. Essa história
começou em 1994, no mercado norte-americano, quando se vendeu o tomate Flavor
Savor, geneticamente alterado para ter o gosto certo sem necessidade do
amadurecimento completo.
http://www.mnn.com/green-tech/research-innovations/photos/12-bizarre-examples-of-genetic-engineering/flavr-savr-tomato
Hoje em dia, as principais modificações
genéticas efetuadas em grãos são:
·
Plantas
resistentes ao glifosato---É o caso específico da soja
transgênica. O glifosato é o herbicida de escolha para o tratamento de lavouras
de soja, e as formas transgênicas dessas lavouras toleram melhor esse
agrotóxico.
·
Plantas
“Bt”---Linhagens
de milho, algodão ou batata recebem o gene da bactéria Bacillus thuringiensis (daí o nome Bt), responsável pela produção
de uma toxina que destrói o sistema digestivo de alguns insetos sem causar
danos aos seres humanos. Nesse caso, a planta produz o seu próprio agrotóxico.
GENES QUE CURAM
Uma outra
possibilidade é usar animais transgênicos a fim de produzir industrialmente
proteínas para seres humanos. A obtensão de alguns preciosos medicamentos
normalmente é muito complicada. Por exemplo, o hormônio de crescimento humano
(usado em tratamentos de fortalecimento de muscular) é tradicionalmente obtido
a partir de cadáveres, e a insulina para o tratamento de diabetes vem de porcos
abatidos. Nesse último caso, ainda há um problema adicional: pelo menos 5% dos
diabéticos são alérgicos à insulina, o que complica ainda mais o seu
tratamento.
Com a melhoria das técnicas de manipulação do
DNA, por volta da década de 1970 tornou-se possível incorporar genes de
interesse (por exemplo, os responsáveis pela produção de hormônios de
crescimento humano e de insulina) em animais domésticos, como vacas, cabras e
ovelhas, fazendo com que estes produzissem a droga juntamente com o seu leite
(é mais fácil manipular o leite do que os outros produtos do animal).com o gene
desejado, o retalho de DNA recebe também uma sequencia “sinalizadora”, capaz de
direcionar a produção da proteína apenas para as glândulas mamarias. Observe
que, segundo essa estratégia, as proteínas obtidas são as proteínas humanas, não
as dos animais que incorporam o gene humano em seu próprio genoma. Para muitos
diabéticos, que desde 1982 podem se
beneficiar da insulina produzida por bactérias transgênicas, essa técnica
representou o fim dos problemas de alergia.
A
TERAPIA GÊNICA
Por terapia gênica se entende a
transferência de material genético com o propósito de prevenir ou curar uma
enfermidade qualquer Existem cerca de 4 mil doenças de fundo
genético conhecidas, embora apenas algumas delas possam ser combatidas mediante
administração de medicamentos. Um exemplo disso é o diabetes, que pode ser
combatido com insulina.
Como mencionamos anteriormente, o que
caracteriza as doenças de fundo genético é a produção ausente ou ineficiente de
proteínas essenciais para a manutenção da vida.muitas dessas proteínas não
podem ser administradas aos pacientes, pois são instáveis ou simplesmente não
conseguem atingir o seu local de ação no corpo.
A inserção de transgenes no genoma de um
organismo também pode ser útil à medicina. Chama-se terapia gênica o tratamento de doenças hereditárias pela introdução
no organismo de cópias funcionais de um gene defeituoso da pessoa.
Esse novo campo de ação médica iniciou-se
oficialmente no dia 14 de setembro de 1990, nos Estados Unidos.
TIPOS
DE TERAPIA GÊNICA
Existem dois tipos de terapia gênica:
·
A
terapia gênica somática, a terapia gênica
somática só é utilizada para tratar doenças genéticas recessivas em células de
diferentes tecidos não relacionados a produção de gametas. A sua característica
básica é a de provocar uma alteração no DNA do portador da patologia, através
da utilização de um vetor, que pode ser um retrovírus ou um adenovírus. Os problemas operacionais desta técnica são: o
tempo de vida da célula hospedeira; a baixa expressão do gene; o controle da
expressão gênica; a dificuldade de atingir o tecido-alvo e o seu potencial
oncogênico. Esse
tratamento tem por objetivo a correção das células corporais (somáticas) do
paciente.
·
A
terapia gênica germinativa, em que as células alvo são os gametas
(espermatozoides e óvulo), tem como objetivo a remoção de um gene defeituoso
das células germinais do paciente. A
terapia gênica germinativa baseia-se na alteração de células reprodutivas
(óvulos, espermatozóides ou células precursoras). Além das questões éticas,
esta terapia apresenta inúmeros problemas operacionais: alta taxa de
mortalidade; desenvolvimento de tumores e malformações; alteração de embriões
potencialmente normais e a irreversibilidade das ações.
A
diferença entre ambas é o seu alcance: a terapia gênica somática procura
resolver os problemas do indivíduo, enquanto a terapia germinal busca
solucionar o problema para toda a raça humana.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Espósito, Breno Pania. Dna e Engenharia Genética. São
Paulo: Atual , 2005. ---(Projeto ciências).