domingo, 21 de abril de 2013

TERAPIA GÊNICA



UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS - UNEAL
GRADUANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

 Edna Belarmino de Melo 
 Rosiane

Genética - Profª Luciana Tenner

TERAPIA GÊNICA
TRANSGÊNICOS

Consideramos transgênico qualquer organismo que receba um gene estranho, de uma maneira que não ocorreria naturalmente, tendo em vista uma dessas três finalidades: estudar a ação do tal gene, obter versões melhoradas do organismo ou produzir substâncias químicas em “biorreatores” (ou seja, fábricas vivas).
Na verdade, os seres humanos se interessam pela modificação do organismo há tempos. Antes da pesquisa de Mendel, agricultores, pecuaristas, criadores de animais e mesmo jardineiros de várias partes do mundo buscavam modos de tornar melhores os seus produtos: obter animais ou plantas mais bonitos, resistentes, nutritivos, etc. Essa transgenia tradicional é feita por meio de cruzamento de espécimes com as características desejadas e a seleção dos melhores membros da prole para perpetuação da raça. O problema desse método é que ele é bastante impreciso, pois uma verdadeira multidão de genes é trocada ao mesmo tempo; portanto, diversas características são manifestadas em conjunto com a que se busca promover. É quase um tiro no escuro. Mas funciona, afinal, pois já comemos, e provavelmente vamos continuar comendo alimentos transgênicos desse tipo. Como uvas e laranjas “sem sementes”, por exemplo (você já pensou como é que elas se reproduzem?). Na verdade, as uvas comerciais “sem caroço” tem uma semente traço, pouco desenvolvida e macia, imperceptível ao consumidor.

OS GENES DOENTES E OS SAUDÁVEIS

O DNA humano contém genes suficientes para a construção de 50 a 100 mil proteínas. Porém, se um desses genes for modificado e, portanto, carregar informação defeituosa, ele instruirá a fabricação de uma proteína defeituosa, que não vai funcionar como deveria. Muitas vezes esse é o problema que está na raiz de uma série de doenças---como a hipertensão, a doença de Lou Gehrig (esclerose lateral amiotrófica), a obesidade, a esquizofrenia e o mal de Alzheimer---, as quais se tornaram o centro de intensas pesquisas.
Os animais transgênicos podem ser uma ferramenta poderosa na elucidação das origens e do tratamento dessas enfermidades. Como, hoje em dia, já se conhecem os genes responsáveis por grande parte dessas doenças, muitas vezes os cientistas incorporam tais genes em animais, que se tornam transgênicos para essa doença. O animal de escolha é quase sempre o camundongo, porque é pequeno, fácil de manipular e se reproduz com facilidade. Mas também são usados porcos coelhos e ratos nos estudos. Esses animais transgênicos apresentam os mesmos sintomas que um ser humano doente, permitindo aos cientistas acompanhar passo a passo a origem da doença e projetar métodos mais eficazes para combatê-la.
Não são apenas as doenças de fundo genético que podem ser estudadas por esse método. Doenças adquiridas também são. O que os cientistas já fazem é produzir animais que apresentem sintomas de doença---como AIDS, hepatite, diabetes, alguns tipos de câncer, etc.---, de forma a poder estudar com mais segurança os tratamentos a serem indicados aos pacientes afetados por elas.
Nessas pesquisas, sempre é necessário cautela a ajustar para o tratamento de pessoas os resultados obtidos em certos animais. De fato, embora o gene da doença e/ou os sintomas dela sejam humanos, o animal de estudo não é humano, o que significa que determinado animal doente pode apresentar reações que uma pessoa doente não apresentaria e vice-versa.

GENES PROTETORES

Com as ferramentas da biotecnologia, pode-se direcionar com maior eficiência a produção de organismos incrementados, e chegar inclusive a feitos inimagináveis pelo mais delirante agricultor de outrora, que dispunha apenas do método tradicional de cruzamento. Essa história começou em 1994, no mercado norte-americano, quando se vendeu o tomate Flavor Savor, geneticamente alterado para ter o gosto certo sem necessidade do amadurecimento completo.
http://www.mnn.com/green-tech/research-innovations/photos/12-bizarre-examples-of-genetic-engineering/flavr-savr-tomato

Hoje em dia, as principais modificações genéticas efetuadas em grãos são:
·               Plantas resistentes ao glifosato---É o caso específico da soja transgênica. O glifosato é o herbicida de escolha para o tratamento de lavouras de soja, e as formas transgênicas dessas lavouras toleram melhor esse agrotóxico.
·               Plantas “Bt”---Linhagens de milho, algodão ou batata recebem o gene da bactéria Bacillus thuringiensis (daí o nome Bt), responsável pela produção de uma toxina que destrói o sistema digestivo de alguns insetos sem causar danos aos seres humanos. Nesse caso, a planta produz o seu próprio agrotóxico.

GENES QUE CURAM

Uma outra possibilidade é usar animais transgênicos a fim de produzir industrialmente proteínas para seres humanos. A obtensão de alguns preciosos medicamentos normalmente é muito complicada. Por exemplo, o hormônio de crescimento humano (usado em tratamentos de fortalecimento de muscular) é tradicionalmente obtido a partir de cadáveres, e a insulina para o tratamento de diabetes vem de porcos abatidos. Nesse último caso, ainda há um problema adicional: pelo menos 5% dos diabéticos são alérgicos à insulina, o que complica ainda mais o seu tratamento.
 Com a melhoria das técnicas de manipulação do DNA, por volta da década de 1970 tornou-se possível incorporar genes de interesse (por exemplo, os responsáveis pela produção de hormônios de crescimento humano e de insulina) em animais domésticos, como vacas, cabras e ovelhas, fazendo com que estes produzissem a droga juntamente com o seu leite (é mais fácil manipular o leite do que os outros produtos do animal).com o gene desejado, o retalho de DNA recebe também uma sequencia “sinalizadora”, capaz de direcionar a produção da proteína apenas para as glândulas mamarias. Observe que, segundo essa estratégia, as proteínas obtidas são as proteínas humanas, não as dos animais que incorporam o gene humano em seu próprio genoma. Para muitos diabéticos, que desde 1982 podem  se beneficiar da insulina produzida por bactérias transgênicas, essa técnica representou o fim dos problemas de alergia.

A TERAPIA GÊNICA

Por terapia gênica se entende a transferência de material genético com o propósito de prevenir ou curar uma enfermidade qualquer Existem cerca de 4 mil doenças de fundo genético conhecidas, embora apenas algumas delas possam ser combatidas mediante administração de medicamentos. Um exemplo disso é o diabetes, que pode ser combatido com insulina.
Como mencionamos anteriormente, o que caracteriza as doenças de fundo genético é a produção ausente ou ineficiente de proteínas essenciais para a manutenção da vida.muitas dessas proteínas não podem ser administradas aos pacientes, pois são instáveis ou simplesmente não conseguem atingir o seu local de ação no corpo.
A inserção de transgenes no genoma de um organismo também pode ser útil à medicina. Chama-se terapia gênica o tratamento de doenças hereditárias pela introdução no organismo de cópias funcionais de um gene defeituoso da pessoa.
Esse novo campo de ação médica iniciou-se oficialmente no dia 14 de setembro de 1990, nos Estados Unidos.

TIPOS DE TERAPIA GÊNICA

Existem dois tipos de terapia gênica:
·               A terapia gênica somática, a terapia gênica somática só é utilizada para tratar doenças genéticas recessivas em células de diferentes tecidos não relacionados a produção de gametas. A sua característica básica é a de provocar uma alteração no DNA do portador da patologia, através da utilização de um vetor, que pode ser um retrovírus ou um adenovírus. Os problemas operacionais desta técnica são: o tempo de vida da célula hospedeira; a baixa expressão do gene; o controle da expressão gênica; a dificuldade de atingir o tecido-alvo e o seu potencial oncogênico. Esse tratamento tem por objetivo a correção das células corporais (somáticas) do paciente.
·               A terapia gênica germinativa, em que as células alvo são os gametas (espermatozoides e óvulo), tem como objetivo a remoção de um gene defeituoso das células germinais do paciente. A terapia gênica germinativa baseia-se na alteração de células reprodutivas (óvulos, espermatozóides ou células precursoras). Além das questões éticas, esta terapia apresenta inúmeros problemas operacionais: alta taxa de mortalidade; desenvolvimento de tumores e malformações; alteração de embriões potencialmente normais e a irreversibilidade das ações.
A diferença entre ambas é o seu alcance: a terapia gênica somática procura resolver os problemas do indivíduo, enquanto a terapia germinal busca solucionar o problema para toda a raça humana.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Espósito, Breno Pania. Dna e Engenharia Genética. São Paulo: Atual , 2005. ---(Projeto ciências).

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ANOMALIAS GENÉTICAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS - UNEAL
GRADUANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Elvia Jéssica da Silva Oliveira
Iára Karlla dos Santos
Isis Emanuelly de Oliveira Lima
Fernando Galdino de Lemos
Lavínia Alzira de Melo Nascimento

     Anomalias genéticas são irregularidades ou anormalidades nos cromossomos e nos genes – geralmente recessivos – causadas por fenômenos denominados mutações, ocasionando alterações em determinadas funções fisiológicas e fisionômicas. A mutação altera a funcionalidade do gene, que transmite uma informação errada para o organismo, resultando em uma doença.
     Nas células de todos os humanos possuem um par de genes, um herdado da mãe e um herdado do pai. As alterações genéticas podem estar ligadas à presença de mutação nos pais, estando vinculada a presença de genes dominantes e recessivos, ou podem ser ausente nos pais, sendo a mutação ocasionada na hora da formação do indivíduo.
     Quando ausente nos pais, o acidente aconteceu durante a formação da criança, e é chamado “mutação de novo”. Não há teoricamente nenhum risco para outra criança (apenas aleatório ou ao acaso), mas a descendência da criança afetada tem o mesmo risco que a mutação dominante, ou seja, uma criança entre duas é afetada como descrito acima.

SÍNDROME DE DOWN
    A Síndrome de Down foi descrita em 1866 por John Langdon Down,é uma alteração genética determinada pela presença de um cromossomo a mais ao par 21,ela é também conhecida como Trissomia.


Esta alteração genética afeta geneticamente o desenvolvimento do indivíduo, determinando algumas características físicas e cognitivas, tais como:
  • Olhos oblíquos semelhantes aos orientais;
  • Rosto arredondado;
  • Mãos menores com dedos mais curtos e prega palmar única;
  • Orelhas pequenas;
  • Hipotonia: diminuição do tônus muscular responsável pela língua protusa (para fora da boca), dificuldades motoras, atraso na articulação da fala;
  • Comprometimento intelectual e, consequentemente, a aprendizagem mais lenta.

 Diagnóstico 

       Durante a gestação, o ultrassom morfológico fetal para avaliar a translucência nucal pode sugerir a presença da Síndrome, que só é confirmada pelos exames de amniocentese e amostra do vilocorial. Depois do nascimento, o diagnóstico clínico é comprovado pelo exame do cariótipo.
Tratamento
    
      Crianças com Síndrome de Down precisam ser estimuladas desde o nascimento para que sejam capazes de vencer as limitações que essa doença genética lhes impõe. Exigindo assistência profissional multidisciplinar. Pois o objetivo deve ser sempre habilitá-las para o convívio e participação social.

SÍNDROME DE KLINEFELTER
       A síndrome de Klinefelter é uma alteração genética que afeta apenas os indivíduos de sexo masculino, devido à presença de um cromossomo X extra. Descrita corretamente pela primeira vez em 1942, por Harry Klinefelter. Esta anomalia cromossômica (XXY) ocorre estatisticamente em menos de 0,2% dos recém-nascidos.A expectativa de vida nessa síndrome é normal, mas seus portadores têm mais chances de desenvolver algumas doenças como câncer e acidente vascular cerebral (AVC).
Os portadores da Síndrome de Klinefelter apresentam as seguintes características físicas: 
  •  Azoospermia (não produz espermatozoides)
  • Tem estatura elevada
  • São magros
  • Pênis pequeno
  • Testículos pouco desenvolvidos devido à esclerose e hialinização dos túbulos seminíferos
  • Pouca pilosidade no púbis
  • Os níveis de LH e FSH são elevados
  • Tem Ginecomastia (crescimento das mamas) devido aos níveis de estrogênio (hormônio feminino) mais elevados do que os de testosterona (hormônio masculino)





Possui causas genéticas, e não estão relacionados a tomada de medicamentos ou qualquer outro fator que possa interferir na formação do bebê durante a gravidez.

Diagnóstico

      O diagnóstico é feito através da análise do cariótipo que revela a presença de um ou mais cromossomos X, sendo a forma mais frequente 47, XXY.
Tratamento

      Não existe tratamento específico, mas alguns homens podem beneficiar-se com o uso hormônios masculinos sintéticos como a Depotestosterona, que ajuda no desenvolvimento de uma aparência mais masculina. A SK não tem cura, pode-se apenas amenizar suas características através dos hormônios.


SÍNDROME DE TURNER
      Descrita por Henry Turner, a síndrome de Turner é uma anomalia genética decorrente da ausência ou deficiência de um dos cromossomos sexuais. Na maioria dos casos, as portadoras apresentam cariótipo 45,X, sem um segundo cromossomo sexual X. Essa síndrome afeta apenas indivíduos do sexo feminino. O surgimento da síndrome pode surgir quando está ausente o cromossomo X paterno no espermatozoide. As meninas com esta Síndrome são identificadas ao nascimento, ou antes, da puberdade por suas características fenotípicas distintivas. 

  
Algumas características apresentadas por indivíduos adultos:
  • Pescoço alado
  • Retardamento mental
  • Genitálias juvenis
  • Ovários são atrofiados e desprovidos de folículos acarretando em infertilidade
  • Desenvolvimento pequeno e amplamente espaçados das mamas ou mamas ausentes
  • Pelve masculinizada
  • Tórax largo em forma de barril
  • Anomalias renais, cardiovasculares e ósseas.


       Em decorrência do distúrbio ovariano, a única fonte de estrógeno para essas pessoas são as suprarrenais; como a taxa desses hormônios é baixa, as pacientes devem receber aplicações de estrógenos para estimular o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e o aparecimento da menstruação.
SÍNDROME DE CRI-DU-CHAT (Síndrome do Miado de Gato)

       Descrita em 1963 pelo Dr. Lejeune, a síndrome de Cri Du Chat é uma anomalia cromossômica, causada pela deleção parcial (quebra) do braço curto do cromossomo 5, apresentando um cariótipo 46, XX, 5p- e 46, XY, 5p-. A estimativa é que esta síndrome afeta cerca de 1 em 50.000 casos de crianças nascidas no mundo, e 1% dos indivíduos com retardamento mental.
Características de um indivíduo com Chi-Du-Chat:
  • Assimetria facial, com microcefalia (cabeça pequena)
  • Má formação da laringe (daí o choro lamentoso parecido com miado de gato)
  • Hipertelorismo ocular (aumento da distância entre os olhos)
  • Hipotonia (tônus muscular deficiente)
  • Fenda palpebral antimongolóide (canto interno dos olhos mais altos do que o externo)
  • Baixa estatura;
  • Queixo pequeno;
  • Dentes projetados para frente
  • Orelhas mal formada e de implantação baixa
  • Dedos longos
  • Prega única na palma das mãos
  • Atrofia dos membros que ocasiona retardamento neuromotor
  • Retardamento mental acentuado.
  • Dificuldade para sugar e deglutir alimentos líquidos e sólidos;
  • Refluxo esofágico





Diagnóstico

      O diagnóstico habitualmente é feito por meio do choro característico, similar ao miado de um gato. A confirmação é feita por meio da citogenética.
Tratamento

      Não existe cura para esta síndrome até o momento, sendo que o tratamento visa somente auxiliar no desenvolvimento da criança, devendo ser multidisciplinar, envolvendo a participação de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.






Referências
Clínica Geral. Síndrome de Down. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/crianca-2/sindrome-de-down/>. Acesso em: 10 abril 2013, às 11:37.
Síndrome de Down. Disponível em: <http://sindrome-de-down.info/>. Acesso em: 10 abril 2013, às 11:46.
Genética Clínica. Síndrome de Klinenfelter. Disponível em: <http://www.ghente.org/ciencia/genetica/klinefelter.htm>. Acesso em: 10 abril 2013, às 12:36.
Genética Clínica. Síndrome de Turner. Disponível em: <http://www.ghente.org/ciencia/genetica/turner.htm>. Acesso em: 10 abril 2013, às 13:08.
Citogenética, a ciência dos cromossomos. Disponível em: <http://www.ufpa.br/beiradorio/novo/index.php/2007/22-edicao-55/238-citogenetica-a-ciencia-dos-cromossomos>. Acesso em: 10 abril 2013, às 15:46.
Genética Clínica. Síndrome de Cri-Du-Chat. Disponível em: < http://www.ghente.org/ciencia/genetica/cri-du-chat.htm>. Acesso em: 10 abril 2013, às 14:22.












































































quinta-feira, 18 de abril de 2013

Alimentos Transgênicos

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS - UNEAL
GRADUANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Jadielson da Silva
Larissy Cardoso de Lima
Leonor Amaral da Silva Oliveira
Sandy Duarte Bastos
Genética - Profª Luciana Tenner

Transgênicos ou organismos geneticamente modificados são produtos do cruzamento de material genético (DNA/RNA), que foi alterado por meio de qualquer técnica de engenharia genética de uma maneira que naturalmente não ocorreria, essa alteração genética pode ser feita tanto na espécie animal como na espécie vegetal.
Imagem 1: Forma simplificada de como funciona a criação de um transgênico.

A cultura desses alimentos é direcionada para elevar o nível de proteção das plantas por meio da introdução de códigos genéticos resistentes a doenças causadas por insetos, vírus ou por um aumento da tolerância aos herbicidas.
Imagem 2: Uva sem sementes é uma fruta transgênica que pode ser encontrada no dia-a-dia.
Introduzido no Brasil clandestinamente em 1997 os transgênicos foram regulamentados com a aprovação da Lei de Biossegurança pelo Congresso Nacional, sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva em 24 de março de 2005, após manifestação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), compete ao Ministério da Agricultura a emissão de autorização e registros, bem como a fiscalização de produtos e atividades que utilizem organismos geneticamente modificados e seus derivados destinados ao uso animal, na agricultura, na pecuária, na agroindústria e áreas afins. Essas atividades estão sob responsabilidade da Coordenação de Biossegurança, vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário (SDA).

A nova lei determina que a comissão vai ter que submeter suas decisões ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que poderão entrar com recursos para questionar as decisões da CTNBio no prazo de até 30 dias contados a partir da publicação do parecer técnico da comissão. O Conselho Nacional de Biossegurança vai ter 45 dias para apreciar os recursos.

O projeto também determina que produtos transgênicos sejam identificados em seus rótulos para que o consumidor possa ter claro conhecimento do que está comprando. As lavouras de sementes transgênicas e naturais terão que ser separadas, de acordo com o texto.


Imagem 3: Simbolo encontrado em alimentos transgênicos.

De acordo com o Greenpeace, apesar de ser responsabilidade do Ministério da Agricultura fiscalizar de modo geral os alimentos geneticamente modificados, não existe consenso na comunidade científica sobre a segurança dos transgênicos para a saúde humana e o meio ambiente. Testes de médio e longo prazo, em cobaias e em seres humanos, não são feitos, e geralmente são repudiados pelas empresas de transgênicos.

Entidades como CTNBio e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) afirmam que não há casos de morte por contaminação por meio dos transgênicos.

Os produtos transgênicos são fabricações industriais que possuem, em sua composição, organismos geneticamente modificados.
Imagem 4: Produtos transgênicos

Ao todo, no Brasil para chegar às prateleiras, um produto transgênico tem de passar por cinco fases. Primeiro, a empresa deve submeter o projeto à aprovação da CTNBio. A comissão analisa a proposta e faz uma visita local para saber se há condições para se desenvolver o trabalho com segurança.

Aprovada a proposta, vem a fase de desenvolvimento e testes, que devem ser realizados em ambiente restrito e controlado. Se for uma planta, cabe ao Ministério da Agricultura fiscalizar o experimento. Em seguida, antes da liberação comercial, a CTNBio avalia se os dados coletados correspondem aos critério de biossegurança.

Antes da comercialização efetiva, o produto ainda será submetido a uma avaliação política. Um conselho formado por 11 ministros decide se é vantajoso ou não para o País lançar a novidade no mercado.

O Brasil é hoje o segundo maior semeador de transgênicos do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos – onde, em 2011/2012, os transgênicos ocupavam 70 milhões de hectares, os campeões brasileiros de produção são os estados de São Paulo, seguido do Paraná e Minas Gerais respectivamente e o alimento mais produzido é a soja. Os maiores produtores entre os países em desenvolvimento são Brasil, Argentina, Índia e China.

            Algumas das empresas brasileiras conhecidas que utilizam transgênicos são: Ajinomoto, Arcor, Bauducco, Batavo, Liza (Cargill), Mococa, Nestlé, Oetker, Parmalat, Quaker, Soya (Bunge), Visconti, entre outras. Existem também empresas que produzem alimentos para animais que contém transgênicos em seus produtos.

Imagem 5:  Produtos transgênicos de empresas conhecidas.
A polêmica que cerca os transgênicos tem fundo econômico, social e ambiental. Seus defensores argumentam que a biotecnologia aumenta a produção de alimentos a ponto de ser uma das alternativas para resolver a fome mundial. Entidades que são contra dizem que não há provas de que os produtos sejam benéficos ou nocivos. Eles defendem que é preciso aprofundar os estudos antes de se permitir o plantio em larga escala.

Até que este impasse seja resolvido, provando qual dos lados está certo, as entidades que são a favor e contra a produção deste tipo de alimento continuarão em debate.
Referências:

 


Organismos geneticamente modificados in Ministério da Agricultura, disponível em: <www.agricultura.gov.br/vegetal/organismos-geneticamente-modificados>. Acessado em: 18/10/2012, às 12:36.
Ruim para o produtor e para o consumidor in Greepeace, disponível em: <www.greenpeace.org/brasil/pt/O-que-fazemos/Transgenicos/>. Acessado em: 18/10/2012, às 12:45.

Brasil é vice líder em produção de transgênicos in Câmara Notícias, disponível em : <http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/428224-BRASIL-E-VICE-LIDER-EM-PRODUCAO-DE-TRANSGENICOS.html>. Acessado em: 18/10/2012, às 12:57.
Guerra contra os transgênicos in ATW Brasil, disponível em: <http://atwabrasil.com/2011/08/10/atwa-guerra-contra-os-transgenicos/>. Acessado em: 18/10/2012, às 13:05.
Alimentos transgênicos – Saiba como identifica-los in Coletivo Verde, disponível em: <http://www.coletivoverde.com.br/rotulacao-transgenicos/> Acessado em : 18/04/2013, às 16:22.
Imagem1:
 Diferença entre alimentos transgênicos e convencionais in Como tudo funciona, disponível em: <http://ciencia.hsw.uol.com.br/transgenicos3.htm>.  Acessado em : 18/04/2013, às 17:30.
Imagem 2:
Uvas da variedade Thompson in Fazenda Fruttihall, disponível em: <http://fruttihall.com.br/pagina2.html>. Acessado em : 18/04/2013, às 17:15.
 Chinês fresco de uva verde in Alibaba.com, disponível em: http://portuguese.alibaba.com/product-gs/fresh-chinese-green-grape-315389209.html. Acessado em : 18/04/2013, às 17:17.
Imagem 3: 
Alimentos transgênicos – Saiba como identifica-los in Coletivo Verde, disponível em: <http://www.coletivoverde.com.br/rotulacao-transgenicos/> Acessado em : 18/04/2013, às 16:22.
 Alimentos transgênicos in Everaldo de Castro Souza, disponível em: <http://everaldocs.blogspot.com.br/2012/11/fer-x-transgenicos-e-aspartame.html>. Acessado em : 18/04/2013, às 16:47.
Transgênicos: você sabe o que come?  in Nutrirse ciências para você, disponível em : <http://www.portalnutrirse.com/transgenicos-voce-sabe-o-que-come/>. Acessado em : 18/04/2013, às 16:31.
 Imagem 4:
 Alimentos transgênicos in Everaldo de Castro Souza, disponível em: <http://everaldocs.blogspot.com.br/2012/11/fer-x-transgenicos-e-aspartame.html>. Acessado em : 18/04/2013, às 16:47.
Imagem 5:
Alimentos transgênicos – Saiba como identifica-los in Coletivo Verde, disponível em: <http://www.coletivoverde.com.br/rotulacao-transgenicos/>. Acessado em : 18/04/2013, às 16:22.